POESIA
Se eu pudesse tomar-te de mim, para crescer-me n'alma o gosto da saudade,
Tomar-te-ia, na forma mais perfeita da língua (in)culta e bela,
Presa em minha métrica de rimas ricas, raras e preciosas.
Far-te-ia, ao substrato de meu preciosismo linguístico elaborado,
Parnasiano lapidar da imaginação.
E em cada gota dourada de minunciosos versos,
Amar-te-ia como a um tesouro burilado por Bilaquianas mãos.
Mas foges-me assim, arisco colibri ao atrativo mel
Noite fugidia, da lua em meu batel.
E eu, na mina do desejo do poema bruto,
Esvaio-me nos livres versos ao revel, inculto,
Nos rústicos momentos de inspiração...
By Nina Costa in 27/03/2020.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.