Cercamento

Um pastor sonolento

Ficou com o medo do vento

E de tudo que ele trazia

Desligou então o moinho

Que insistia em ficar atento

E aquietou-se em seu vestíbulo

Seguido por apóstolos

Trajados de discípulos

Fingindo-se de tolos

Pois sabiam que a calmaria

Ao contrário dos vendavais

Não avançava além dos quintais

Confinados ao lado do rebanho

Não se olhavam de frente

Não se tocavam, como estranhos

Esperando o castigo passar

Enquanto todos rezavam

Esperando chegar ao amém

Indiferentes as ovelhas pastavam

E os carneirinhos contavam os homens

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 28/03/2020
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