Cercamento
Um pastor sonolento
Ficou com o medo do vento
E de tudo que ele trazia
Desligou então o moinho
Que insistia em ficar atento
E aquietou-se em seu vestíbulo
Seguido por apóstolos
Trajados de discípulos
Fingindo-se de tolos
Pois sabiam que a calmaria
Ao contrário dos vendavais
Não avançava além dos quintais
Confinados ao lado do rebanho
Não se olhavam de frente
Não se tocavam, como estranhos
Esperando o castigo passar
Enquanto todos rezavam
Esperando chegar ao amém
Indiferentes as ovelhas pastavam
E os carneirinhos contavam os homens