Chuva no Terreiro

Chove mansamente no terreiro,

coágulos de gotas no olhar,

pupilas registram os momentos

e o sol tímido tinge o anuviar

que vagueia vigilante em arrebol;

chove mansamente no terreiro,

pássaros banham-se nos galhos

e há trinares espalhados pelos ares

vespertinos, e na capela o sino

anuncia o prosseguir do andarejo

que se mistura aos trovões no vilarejo

e há orações com o ardor de penitência.

Chove mansamente no terreiro

e na varanda um colibri é alegria

vislumbrando a cor que se esvai do dia,

e a canção a gotejar é melodia

que ricocheteia às paredes do universo

onde há um verso a cantar o infinito,

onde há estrelas e há sonhos nos recônditos

d’alguma alma que caiu na deslembrança.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 27/03/2020
Código do texto: T6898699
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