BAGAGENS

Sempre saio por aí

andando a esmo…

Esmolando por um pouco de vida.

Trago o ar de minhas dores

em meio às torres entre céus aflitos.

Gritos que, à meia-noite,

durante o dia, tornam-se pesadelos.

Pesado fardo em coração machucado,

são marcas de túmulos por onde adentrei.

Fotografo minha história.

Na memória, apenas revelações expostas

nos cais de portos de trancafiadas portas.

Sou andarilho…

Pássaro sem céu, passado ou futuro.

Minha linha é tênue;

Minha trilha é um túnel fantasma.

Ectoplasma de hipocrisias cotidianas

que não mais me aflige em minha insônia.

...

(N.V.)

Niniz Voaglin

Niniz Voaglin
Enviado por Niniz Voaglin em 27/03/2020
Código do texto: T6898647
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