BAGAGENS
Sempre saio por aí
andando a esmo…
Esmolando por um pouco de vida.
Trago o ar de minhas dores
em meio às torres entre céus aflitos.
Gritos que, à meia-noite,
durante o dia, tornam-se pesadelos.
Pesado fardo em coração machucado,
são marcas de túmulos por onde adentrei.
Fotografo minha história.
Na memória, apenas revelações expostas
nos cais de portos de trancafiadas portas.
Sou andarilho…
Pássaro sem céu, passado ou futuro.
Minha linha é tênue;
Minha trilha é um túnel fantasma.
Ectoplasma de hipocrisias cotidianas
que não mais me aflige em minha insônia.
...
(N.V.)
Niniz Voaglin