DE REPENTE... UM VÍRUS
De repente, um temor profundo
Do outro lado do mundo
Lá pras beiradas da China
Onde a Terra Plana termina
Surgiu doença que a Medicina
Não sabe ainda exterminar
De repente, a gripe se espalha
Morrem milhares na Itália
O Papa espirrou na Janela
A Capela Sistina decidiram fechar
Morreu gente na Espanha,
Na Alemanha, em todo canto e lugar
De repente, voava no ar o perigo
Proibiram o aperto de mão
Nada de abraço no amigo
Crentes desprezando a Salvação
Ignoravam o caminho do Céu
Estapeavam-se por um pouco de Gel
De repente, morria pobre e bem parido
Qualquer plano perdia o sentido
Não se sabia se o dia nasceria amanhã
Proibiram o futebol, o banho de sol
Nada de compras ou ir ao cinema
O lema era combater aquela febre terçã
De repente, não se podia ir até a esquina
Imortais morrendo de medo
Será assim quando a vida termina?
Pecadores contando segredo
Nunca revelado em confissão
Faltou padre pra última unção
De repente, veio-me o receio
Todo poeta decerto o tem
Quando o final enfim chegar
Espere um minutinho além
Pra derradeira poesia terminar
Não ficar o verso no meio