MEDO

Primeiro chega suave e sorrateiro

Vai contaminando a alma por inteiro.

Liga o farol do intenso pavor

Incendeia o olhar pelo horror.

Diz-se que é sentido coletivo

Na verdade é mais sugestivo.

Todo e qualquer esconde através da grade

E a esperança se põe no tempo tarde.

Mesmo que houvesse alguma possibilidade

Ainda assim não seria verdade.

Sucumbe à certeza da dúvida maior

O tempo passou ao seu redor.

Incrédulo tempo, perfeita fantasia

Foi-se ao ocaso de forma tardia.

E quando ela chega forte e letal

Não ontem ou hoje, apenas fatal.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 20/03/2020
Código do texto: T6892529
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