MEDO
Primeiro chega suave e sorrateiro
Vai contaminando a alma por inteiro.
Liga o farol do intenso pavor
Incendeia o olhar pelo horror.
Diz-se que é sentido coletivo
Na verdade é mais sugestivo.
Todo e qualquer esconde através da grade
E a esperança se põe no tempo tarde.
Mesmo que houvesse alguma possibilidade
Ainda assim não seria verdade.
Sucumbe à certeza da dúvida maior
O tempo passou ao seu redor.
Incrédulo tempo, perfeita fantasia
Foi-se ao ocaso de forma tardia.
E quando ela chega forte e letal
Não ontem ou hoje, apenas fatal.