A cultura vive na terra
Sou da terra, Giramundo, eu sou de qualquer lugar
Estarei sempre presente quando alguém for semear
Trago sementes sem veneno que é para um dia poder curar
Todo esse ódio transgênico que a indústria quer cultivar
Solo fértil, alma livre, o amor tem que germinar
Cuidando com carinho o bom fruto não faltará
Pé no chão, mão na massa, o trabalho vai começar
Porque o processo natural ninguém pode sonegar
Todos serão bem vindos se vierem para multiplicar
Na composteira da vida tudo vai se reciclar
Os seres orgânicos trabalham para o ciclo se completar
No horário integral em um movimento circular
Sou da terra, sou caule, um pequeno embrião
A todo momento vivo para causar transformação
Pequenino quase invisível, mas firmado na função
Sou o verme que trabalha por dentro da escuridão
No processo Biológico cumprindo a tradição
Se depender de mim, não terá rendição
Para isso que nasci essa é minha missão
Trabalhando sempre no silêncio, mas com a enxada na mão
São sementes sadias os versos sem ambições
É esperança de vida, mais amor nos corações
Do antigo para o novo, de geração para geração
Processo orgânico e analógico a favor da evolução
Sonhar e sorrir, partilhar sem ambição
Aprender com os mais velhos sem malcriação
Direcionar a juventude para uma outra dimensão
O universo é imenso foge ao poder da visão
Plantar, colher e alimentar
Saber, conhecer e praticar
No ventre sagrado da mãe natureza
A cultura vive e jamais vai acabar.