SONS DE OUTRORA
SONS DE OUTRORA
No silêncio que nos cerca
Comecei a ouvir vindo pelos tempos
Sons de outrora
O apito do guarda-noturno
A buzina do triciclo do padeiro
A gaitinha do amolador de facas
A música das palhetas livres do realejo
A matraca do vendedor de biju
A pipoca estourando na panela do pipoqueiro
Mas aos poucos
Os sons do passado se perderam
Levados pelos novos ares virulentos
Impossível senti-los novamente
Nesse agora ensurdecedor silêncio
Momento em que ruídos são a voga
Especialmente os estridentes
Que espero não sejam perenes