Melancolia LXXII
Não há porquê esconder as quintas-feiras.
De olhos fechados me encontro a ti.
Os dias ensolarados
são como teus risos em minha boca.
Me reparto em dois,
há saudade e dor.
Sei que teu cabelo cresceu
Teus pés continuam gelados.
Meu túmulo é onde
deixei meu coração em teu quarto.
Estou emaranhado de amor.
Poetizo,
as lágrimas, a dor.
Tudo me vem a escorrer do peito
mas em vermelho lhe encontro novamente.
O que fica, é a tua falta.
Meu beija-flor
Onde está pousando agora..
Peço tua volta.
Tuas palavras é como um véu
para meu coração.
Lhe ofereço meu lar,
meu sangue derramado
que tua falta fez.
Tenho lençol para trocar,
uma dor incurável para te dar.
Perdoe-me por te fazer voar.
Tuas asas são chamas
e sou apenas um jardineiro
com medo de te machucar.