Outonos
Tudo parte de mim
Tudo a parte de mim
Quando voo, pouso no fim
No fim de tudo algo começa
No infinito há coisas mortas
Tudo em mim faz risos
Em mim há tristezas
Por isso gargalho de improviso
Quando chego voo mais cedo
Cedem teus olhos mornos enfim
Esquenta esta água e lava o corpo
Esta pressa em orar a prece toda
Tudo de mim é esperançoso
Espero não atrapalhar teus ossos
Entre nós há mais caroços de amor
Que folhas mortas de outono.
Milton Oliveira
19mar/2020