As Dimensões e o Verbo
Quando me perguntam o quanto te amo
não sei dizer em dimensões
e penso que a imensidão
é um disfarce de teus gestos;
Quando penso na eternidade
vejo que ela cabe na largura de teu sorriso,
na profundidade de teu olhar
e na altura de teu enlevo;
Mas quando junto esses três fatos
o infinito me transborda
dissolvendo as dimensões
onde antes meu pensamento andava
E agora se espraia no teu cheiro de sol,
na tua voz de éter,
Meu sangue corre errante pelas veias
procurando o gosto de tua seiva,
Enquanto em minha pele dorme
a luz de um fim de tarde de outono
que emana de teus impossíveis olhos;
Então percebo que nenhuma dimensão sobrevive
Ao ímpeto involuntário de um único verbo.