Melancolia LXX
Há uma névoa que paira sob mim.
Uma estranha dor
que desliza os dedos
e carrega meus passos.
Eu viro-me, sem piscar
a alma e dilascero a tua falta.
O estrangeiro do mundo
apanha flores
Em teu colo as pétalas.
A ferradura é um laço frio.
Contive as lágrimas
ao arranhar as paredes.
O teu nome,
ecoou no concreto vazio.
As tintas já mancharam meus dedos
E o lençol, rasgou-me
em fragmentos.
Tua partida me faz o mal do peito.
Mesmo que sorrio,
me largo a chorar em travesseiros.
A solidão me doou versos.
Caio como a folha que
despenca do galho
Ergo-me entre os versos do vento.
Talvez esteja deitada pensando em nós
Talvez, não lembre meu nome,
nem que um dia fomos um.