Melancolia LXVIII
Sinto como sente,
danço como tu não dança
Desejo-te sem me desejar.
Eu balanço com teu balançar..
Eu estou em fuga.
No mundo enxergo
mais do que o olhar.
Te vejo beijar as flores
de outro jardim
e sofro
E como tenho sofrido
nos serenos da alma.
Sei que está versando
enquanto verso,
talvez sorrindo por adivinhar
Penso em ti
não como pensa em mim.
O curto laço não se desfaz
e lhe pergunto sem poder te ouvir,
o amor, vive em nós ou em mim ?
Eu pude sorrir quando não pensava
Sonhar com a trilha
de pés cansados.
Com os dedos vermelhos,
me beiro no beijo da dor,
viro-me a perpetuar as luas urbanas
Um olhar pelo silêncio.