UM RABISCO BORRADO
Esta estrada, hoje melada de barro, transformam meus pés em menino. Viajo em eras de conta.
Conto uma história pra meu pai, me lavo nos rios de minhas pedras. Distantes destas terras, em outras eram de asas.
Tuas asas em brasas, queimam minha barba que arde
Banho me nestas saudades de fogo, queimo meu peito que te chama.
Rabisco, borrando um papel em branco de frio
Visto me das curvas da vida, viro um astronauta de barro.
Viajo nestas horas, que queimam e não passam.