A MORTE DENTRO DE MIM

Por que, oh Morte,

Fazes-me soletrar versos insanos

Em dias de minha vida

E acabas com meus sonhos?

Vi florescer, pelas campinas,

As verdes matas que tu matas

E pelas sombras, que tu levaste,

Andei e sobejei, disseste-me verdades.

Mas, se um dia eu vir aqui

E não souber como acabar com isso,

Lembra-te, serei nada em um compartimento

De tristezas sofridas.

Morte a galopar, minhas verdades não direi.

Mas casos contarei com receio

De que tudo acabe

No infinito jeito de se escrever.

EDUARDO VENÂNCIO

Academia Betinense de Letras
Enviado por Academia Betinense de Letras em 10/10/2007
Reeditado em 08/04/2010
Código do texto: T688815