VOU-ME EMBORA

VOU-ME EMBORA

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá na Pérsia

Quem sabe a gripe seja extinta

Por obra de Maomé

Não aguento mais paranoia

Álcool gel, prefiro álcool

Nem gripe me dá sossego

Não posso dar as mãos

Não posso abraçar

Não posso beijar

Afinal que merda é essa

É vida ou morte anunciada

Que delícia morrer sem amor

Livre de aconchegos

No inferno do querer

Cancele-se tudo

Tranque-se em quatro paredes

E viva essa vida

Linda de morrer

Na solidão de uma gripe

Que antes era tratada

Com o chá da vovó

Adeus caros amigos

Baratos laricados

Neste mundo insano

Valeu manos

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 14/03/2020
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