Reconstrução
Eis que abro os olhos
e te vejo
como se nunca tivesses partido...
Parece que foi ontem!
As lembranças não somem
Ficam gotejando
na alma...
uma a uma
numa aparente calma!
Enquanto isso,
me pergunto:
Onde errei?
Não sei!
Errei, mas fiquei...
Carregando pedras
num auto-flagelo
que me impus...
Porque pedras
pesam menos que culpa...
E teu erro?
Não, não vou te apontar o dedo...
Cada um vive com o que lhe resta!
A mim o que resta
são dúvidas...
Perguntas sem respostas...
Não sei se gostas!
Mas não tenho respostas
para te dar...
Se nem as minhas encontro
Como haveria de encontrar as tuas?
Não há quadros
adornando as paredes...
Há muito tempo estão nuas,
sem pintura nem reboco!
Tudo oco...
Sei agora
que devo mudar as cores,
abrir janelas
para ver as flores
que plantei no jardim!
Adornar as paredes
com o que sobrou de mim...