EU PRECISO

Sem repouso e sem sono
a noite, longa, se arrasta,
cruel, ruim e madrasta,
me deixando em abandono,
totalmente no escuro,
que se abate como um muro
sobre meu corpo cansado.

Preguiçoso o sol demora
(não sei onde ele mora),
bem quisera despertasse,
sua luz iluminasse
espantando a noite insana,
que me faz raiva, me dana...
Vivo só, amargurado.

Tantas noites, tantos dias,
carregando meus pecados,
imerso em funda agonia,
maldizendo o sofrimento,
que mais aumenta com o vento
soprando em rajadas frias.

Preciso do calor do dia,
preciso sorrir e cantar.
Preciso viver... e amar!

             .  .  .


Jacó Filho
Nós, que tanto precisamos,
Quase sempre só doamos.
Somos poetas e amamos,
Mas muito amor, rogamos...