A MARCHA DAS HORAS

Um templo resiste, alquebrado

Nas distâncias previsíveis,

Em cena de sinos e vitrais

E sombras sem fala ou resposta

Enquanto o tempo azul remove cinzas

E exuma alguns remorsos

Num rito em meio a ruínas

Impacientes feito a aurora,

Afeitas à marcha das horas.

Impermanência à janela

Enfastiada, já, de tanta espera --

A ilusão por promessa

No enlouquecido calendário dos equívocos,

O lugar de masmorras e patíbulos.

Amarelos desbotam sorrisos

Por desconfiados postigos

Enquanto lentamente, ruga a ruga,

O dia aquiesce, ensandecido.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 13/03/2020
Código do texto: T6886893
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