PESPEGANDO.
Fostes angélica na vingança,
A mão que foi à roça.
Era a mesma á esfaquear,
Com adaga na jugular.
Sutil, fria e dócil,
O que seria mais fácil.
Lamina curta e fria,
Foi o corte que desferia.
Não se iluda com esse dia,
Cuidaste tudo na covardia.
Exemplo da companhia,
Que acarreias durante o dia.
De noite sorrias,
Quando no zap escrevias.
No celular só três palavras dizias,
ALÔ, SIM e NÃO. Só que falavas!
Como dialogar sem frases?
Como entender sem descreveres?
Como argumentar sem alocuções?
Como afinar-se sem que te harmonizasses?
Como será mais fácil quando te decidires.
Como será mais alegre quando aceitares.
Como será mais longo quando amares.
Como serás mais feliz quando assumires.
Já te acostumastes jogar,
A chutar, empurrar,
Com muitos a gritar,
Tudo: inibe-te à amar.
Ainda não queres ser chamada socialmente:
De senhora, ao invés de amante.
Achas que não conheceste o suficiente.
Aparentando embiocar a estrada de errantes.
Ainda velejaras sob as velas de edredom.
Saracoteando no escondido entre o côncavo e o convexo.
Manobrando o cambio físico fixo.
Como carnadura peça sob um guidom.
DOMINGOS INÁCIO