Melancolia LXIV
Faço carinho nas folhas
enquanto caminho.
Nas madrugadas olho e me pergunto
quantos mais estão a sofrer.
Eu já cansei de chorar
Quando me sento,
vago meus pensamentos.
Bebo a melancolia
Não termino os livros
Deito e ouço minha voz.
Entre os soluços de retenção,
me olho no espelho e desenho-te.
Em mundo um de dois,
vivo sem céu.
Os lençóis são rasgados quando
vejo a vida sorrir
e não consigo segurar a dor do partir.
O coração riscado,
um pingo,
infinito criado em banheiro sem vela.
Um mundo de cores
incapaz de brilhar os olhos.
Caminho,
com o frio na barriga de que
tu és meu júpiter dentro de vênus.