Aqui
Tenho aqui todos os ossos
Todos os ventos soltos no corpo
Tenho idade para tempestades
Tenho sono quando durmo tarde
Tenho tardes inteiras nos olhos
E não é modéstia, tão pouco arrependimento.
Mas tenho um amor que me envenena
Mas é o que mais tenho de luxuoso
Um amor até o pescoço
Um amor que condena a ser feliz
De resto ando estradas até o mar
Pulo rios, descanso estrelas na retina
No mais vou devagar por esses caminhos
Ensinando ao ar aprendo com os passarinhos
Milton Oliveira
14jan/2020