UM CARIOCA E PAULISTANO - LUIZ POETA - LUIZ GILBERTO de Barros.
UM CARIOCA PAULISTANO - Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros
Da janela do hotel, vejo São Paulo
Imponente, luminosa... irradiante,
Misteriosa, majestosa...cativante
...e atraente e eu, feliz, ah...não me enjaulo...
Iço voo...preciso ver bem de pertinho ,
Com carinho...quero ouvir suas histórias
Mais marcantes... gloriosas...as memórias
Ressuscitam meus enlevos...de mansinho.
Alguém passa e cantarola Adoniram,
E há quem cante um clássico de Vanzolini...
Quem se importa com o cantor que desafine
No metrô ou no busão, no carro ou vam?
Uns ensaiam hip-hop em plena rua,
Outros tocam bandolim... diversidade...
Há uma doce sensação de liberdade
Musical em cada nota, que flutua.
Sertanejo, samba, funk ou seresta,
Rock, valsa, um forró ou um chachado,
Paulistano é um cantador apaixonado
Que caminha pela rua e que faz festa.
Uns discutem futebol, são tantos manos:
Palmeirenses, sampaulinos ou santistas...
... E ai de mim, se não citar corintianos,
Corro o risco de deixar sangue na pista.
Brincadeira... é uma cidade tão feliz
Procurando abençoar quem a exalta
E se meu amor repete o que ela diz,
Ela acende suas Luzes da Ribalta.
Os grupinhos, os casais, os educandos,
Os mais velhos, a família... gente boa
Rindo à toa, sorrindo, se abençoando ,
... E trabalhando... e enquanto isso, o tempo voa...
E eu ali, mais um poeta embevecido,
Ante tanto colorido contrastando,
com a neblina, procurando dar sentido
Ao caminho que meu verso vai traçando .
Chuva fina, garoa, mas... de repente...
Um céu azul emoldurando...tantos. prédios
Num contraste luminoso e... comovente...
E eu, cardíaco... esqueci os meus remédios.
Extasio - me com o belo... onde o feio?
... Meu enleio faz de mim, mais que um poeta,
Que penetra a imensidão de um devaneio
Onde a alma solidária se completa.
Etnias variadas se diluem:
Na calçada, um português, um italiano,
Um chinês, um japonês... um americano,
Um espanhol, um holandês... meus sonhos fluem
Pois São Paulo é um lugar de tantas vidas,
Tanta gente, tanto sonho necessário,
Que apesar de tantos carros e avenidas,
O amor é o mais feliz itinerário.
O Brasil fez de São Paulo, a capital
Do nordeste, do sudeste, sul e norte,
Nesse chão, o nosso povo é tão igual,
Que consegue abençoar a própria sorte.
E eu, aqui, um carioca paulistano,
Divertindo-me em plena praça da Sé,
Conversando com um mineiro ou um baiano,
Com um pastor, um padre, um monge... ou um pajé.
Tanta gente diferente e parecida
Na vontade de viver e ser feliz,
Um emprego bom e uma chance na vida
E o amor de cada um pedindo bis
De imagina em imagina, agradecendo,
Alguém passa de bermuda ou paletó,
Gente séria ou rindo à toa e eu me vendo
Num espelho onde ninguém se sente só.
E a comida? E a bebida? Quem não gosta
Da cerveja paulistana ou de um bom vinho?
Em São Paulo há uma mesa sempre posta,
Há um bauru ou um churrasco no espetinho.
Um calzone, um virado, um dogão ,
Sanduíche de pernil, um picadinho,
Um pingado e, na chapa, um belo pão
Um pintado preparado com carinho.
Traz mais um, ô, meu!... o voo que me espere!
Vou curtir esta cidade abençoada,
Por favor, meu coração... não desespere...
Mais um flash!... estou feliz, tchau! Pé na estrada.
Mas prometo retornar, sentir de novo
A emoção de abraçar cada parceiro
De alegria, porque somos um só povo
Paulistano, carioca... e brasileiro!
Às 16h e 11min do dia 28 de fevereiro de 2020 de São Paulo - Publicado e Registrado no Recanto das Letras - visite-nos.
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