Entre viagens
Caminho com corpo e pernas alheias
Ouvindo buzinas como acalento
Sentindo à brisa do vento
Bater-me, e movendo às areias
Trafego por povoados e aldeias
Sem nenhum motivo ou intento
No trafegar, vejo o nascimento
De musas, mortes e sereias
Todas as noites me escorre o pranto
De não dormir no doce canto
Do quarto, na cama de minha casa.
Fico na máquina rastejante
Com vontade de ser flutuante
E voltar à casa com minha asa!