Entre viagens

Caminho com corpo e pernas alheias

Ouvindo buzinas como acalento

Sentindo à brisa do vento

Bater-me, e movendo às areias

Trafego por povoados e aldeias

Sem nenhum motivo ou intento

No trafegar, vejo o nascimento

De musas, mortes e sereias

Todas as noites me escorre o pranto

De não dormir no doce canto

Do quarto, na cama de minha casa.

Fico na máquina rastejante

Com vontade de ser flutuante

E voltar à casa com minha asa!

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 05/03/2020
Reeditado em 11/03/2020
Código do texto: T6880934
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