constatação
onde se desfez as coisas que acreditávamos,
banalizaram os absurdos, vexame após vexame,
eu, por outro lado me esforço pra ser pedra,
inodora, porém pronta pra ser atirada,
que raio de lugar é esse, cadê a vida
que tudo descortinava, até as manhãs ficaram
frágeis, porém, nesse tempo aprendi a nadar,
talvez até flutuar no interior do desconhecido,
isso, não salva, mas torna a sobrevivência num
saber possível, vejo a casa, mal iluminada,
os amores dispersos, sem prumo ou destino,
sou como essas árvores que só crescem quando
em sua volta, sua casca se tornou mais áspera
e seu tronco ganha novos volumes, dizem
que não podemos fugir da dor, pois nao existe
fuga real, de que temos que conviver com
elas até que finalmente pousamos no solo de nosso
ser, na sexualidade negada que se realiza
quando finalmente tocamos a pelve, e nela
descobrimos novos ventos que nos leva mais
próximo do prazer, mas enquanto isso preparamos
o solo, e pomos as sementes na esperança
que nos aprenda a ser flor, desabrochada
como o fogo que se alastra pela floresta
que precisa ser renovada, o amor existe,
ja soube da sua beleza, da sua alegria
como jorra como a seiva para um mundo mais humano,