ESCREVER SEM GRAMATICAR

Aprendi a respeitar o texto sem a pressão e a força da gramática.

Pensei, sempre, que não era admissível fazê-lo.

Sei, hoje, que sim.

Faço-o.

Tenho uma gramática personalizada.

Tem nome.

Digo-o, mas não o escrevo.

Uso-a em liberdade.

Escrevo… escrevo o que sinto e avalio em mim e no que vejo.

A minha gramática dá corpo à alma que digo em escrita. 

Acho que é a minha forma de prazer, em pleno, de comunicar.

Aprendi que comunicar em texto é possível sem "saber escrever".

A gramática é uma convenção.

Escrevo do jeito que sinto e penso.

O (meu) lápis chama-se sentimento.

A (minha) borracha chama-se pensamento.