Vaidade

Eu mesmo não queria ser nada

Que não fosse eu mesmo. Tenho

Um preço e umas dividas. Tenho

Pedra nos sapatos, tenho medo

De onça, de cobra, de gente, de mim

Eu mesmo solto no meu corpo

Me toco, me doo, me doí a pele

Tenho umas preguiças bem criadas

Tenho toque, me toco e corro

Tenho umas saudades covardes

Não dão a cara a tapa, tapo meus

Dias contando algumas mentiras

Pois somente de verdades não duro

Eu mesmo acordo cedo, mas em mim

Ainda é tarde de tudo, sonho acordado

E vou metendo as caras ás vezes de pau

Mas muitas vezes cara de enfrentar o

Mundo. Tenho mania de ser feliz, eu

Mesmo arrombo minha festa e olho

Pela fresta a vida passando também

Eu mesmo não queria ser nada

Que não fosse eu mesmo, raso e

Profundo, um isto.

Milton Oliveira

03mar/2020

milton antonios
Enviado por milton antonios em 03/03/2020
Código do texto: T6879367
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