Velha Manhã

É de se imaginar, é de calar e ver

E sentir pelos olhos, pelos poros

Sair pela estrada torta, morta, voltar

E não vá me deixar aqui vazio de mim

É de se fazer chorar, é de olhar atrás

Da mesma porta, da mesma janela

Sair para o quintal, o sol e suas sombras

Soltar a alma, os cabelos, os desejos

Velha manhã que nasce agora

Quando não somos mais nós

Quando soltamos os nos, as tranças

Quando a esperança não vem

É de se imaginar, é de calar e ver

E sentir pelos vazios, pelo o que passou

Sair pela estrada morta, torta e voltar

E não me ver aqui tão sozinho, vazio.

Milton Oliveira

28fev/2020

milton antonios
Enviado por milton antonios em 03/03/2020
Código do texto: T6879320
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