Viada Crescida
Eu me lembro de quando me pediam
Para eu me comportar
Mas o meu corpo queria rebolar
Olhem para mim, eu tenho a coroa na cabeça
E disse ao mundo que adoro uma peça
E eu vou desfilar por aí como eu quero
Desculpas meninos, mas eu sou uma viada
E to fazendo meu nome nas universidades
E to fazendo meu nome nas estradas
Agora eu não vou olhar para trás
Eu sou uma viada crescida
E faço da rua as minhas passarelas
E faço das minhas leituras, minha inteligência
Quer saber? Eu sou aquilo que me amam
Desculpa sociedade, a Madalena aqui é gay
E cansei das pedradas e batinas que me atrapalham
É de shortinho que ando e é com a barriga de fora
Meu corpo é meu manto sagrado
Demorei para entender, mas agora sei
Que esse mundo é feito para quem brilha
Eu sou leonina, com a juba do arco-íris
Tá na hora de mostrar isso
Eu sou uma viada crescida
E faço da voz a minha poesia
E faço das minhas escritas, o meu registro
Quer saber? Eu sou aquilo que me amam
Meninos, desculpem, eu gosto de conteúdo
Sociedade, desculpem, eu gosto do “marginal”
Família, desculpem, eu não quero formar uma
Igreja, desculpem, o meu Deus me ama
Eu sou uma viada crescida
E faço do meu corpo a minha paz
Eu sou uma viada crescida
Venço todas as pedras que me jogaram
Olha onde eu estou meus queridos
Desse picadeiro, quem manda aqui sou eu
Meu corpo gera inveja aos meninos
O andar da leoa revela sensualidade
E isso eu tenho de sobra
Vai viada! Esse mundo é todo teu
Tu mesma fizeste o teu céu
E quer saber, dane-se os outros
Amo o que me ama