Cântico fraternal
Edson Gonçalves Ferreira
Quando escrevi o primeiro livro,
Não sabia da generosidade de Amado, o Jorge
Não sabia da ternura de Picchia, Menotti
Não sabia da doçura de Lisboa, Henriqueta
Enfim, não sabia quanto a poesia fraterniza
Só mais tarde, quando me deparei com Queirós, Rachel
Em Brasília, descobri
Mesmo que as palavras nos tornem quase imortais,
Deixam-nos mais amigáveis e mais perto da humanidade
Com Adélia, Roberto Drummond, Osvaldo França entendi
A vida é uma canção laboriosa
O poeta tem que ter uma formiga e uma cigarra quando transpira
Os versos do poeta não são do poeta
Ganham universalidade
E nem o poeta é do poeta, mas é cidadão do mundo
Habitante amoroso de cada um que comunga com ele
Seja concordando ou discordando
Mas amando a Poesia
Porque sem poesia não dá para respirar
Não dá para eu ser gente
Não dá para eu me sentir Edson.