ALENTO
Se alguém cuspiu na água
que corre da nascente,
se alguém excretou pus
donde esperavas sangue,
se alguém pisou as flores
que o teu carinho cultivou,
não abandones os braços
ao longo do rio
nem descreias da certeza
do amanhã sem núvens.
A chave continua ali
ao alcance dos teus dedos
ávidos de abrir o âmago
das palavras.
A dureza das pedras que pisamos
forja-nos lágrimas de diamante.
Longe, no fundo deste túnel,
escrevo o teu nome na penumbra
e reservo uma pedra
para lançares no pântano,
aguardando que surjas
numa curva impensada.
Só porque os teus olhos
têm sede de luz e não se fecham
à crueza dos holofotes
- antes cintilam na noite
como estrelas.
Se alguém cuspiu na água
que corre da nascente,
se alguém excretou pus
donde esperavas sangue,
se alguém pisou as flores
que o teu carinho cultivou,
não abandones os braços
ao longo do rio
nem descreias da certeza
do amanhã sem núvens.
A chave continua ali
ao alcance dos teus dedos
ávidos de abrir o âmago
das palavras.
A dureza das pedras que pisamos
forja-nos lágrimas de diamante.
Longe, no fundo deste túnel,
escrevo o teu nome na penumbra
e reservo uma pedra
para lançares no pântano,
aguardando que surjas
numa curva impensada.
Só porque os teus olhos
têm sede de luz e não se fecham
à crueza dos holofotes
- antes cintilam na noite
como estrelas.