Prosa
Disso tudo que tenho medo
Dessas rosas vermelhas espalhadas
Dessas almas humanas empalhadas
Desses sorrisos de ferro em brasa
E vou comigo ali no fim do mundo
Onde ainda há crianças que brincam
Onde ainda há pessoas que conversam
Onde ainda há uns versos de amor e dor
Eu te olho com a mesma cobiça de ontem
Teus olhos antigos me sorriem de lado
Ao teu lado, braço a braço, mão a mão
Aprendi a ser silêncio, aprendi a ser-me
Disso tudo tenho saudade
Desses encontros com os amigos
Dessas risadas sem nenhuma medida
Desses caminhos ainda não percorridos
Milton Oliveira
19fev/2020