Pesadelos
Neste mundo novo
onde com medo, consegui chegar,
lembro quando transformei
a minha agonia em poesia,
e de tanto, fracionei o tempo,
quando as minhas dores
em versos transformei...
de sonho em sonho,
nas minhas verdades tropecei.
Vez por outra eu volto aqui,
tentando me soltar,
mais que incompleta, ao desalento,
sentindo frio, sem alguém para me acalentar.
Sem lençol, ou travesseiro,
passando a mão numa ferida sem marca,
sendo a que mais me dói,
em meu país sou estrangeira.
Pisando num chão que não é meu,
hoje com o mesmo medo caminho,
caminho insegura
como quem vai para a guerra.
Sempre me falta o chão,
quando
vejo a porta que me chama
para fora de mim,
e preciso fugir, mesmo sem rumo
para esquecer de você
estou presa, nesse amor que me trotura
cego e sem fim.
E somente em meus sonhos,
uma vez que
nada em mim é de verdade,
queria tirá-lo dos seus pesadelos,
e me proteger dos meus próprios,
para sonhar a minha realidade.