Ida e volta
Era somente uma estrada, que nada da
vida sabia,
pensamentos atordoados,
sonhos abafados, lá vou eu
empurrada pela vida,
ouvindo gritos, e seus ecos
de uma liberdade perdida.
Adiante pedras, flores silvestres,
o cheiro do mato,
saudade de parar um pouco
e sentir o aroma campestre.
Lembrei o lago, os meus pés molhados,
o toro caído,
enfeitando alguns sonhos abandonados.
Atrás das flores,
a parede com marcas de chuva,
o canto, as aves,
as margaridas da estrada.
Um risco, outro risco no asfalto
marcando a ida e a volta,
tantos se vão e quem volta
não traz o mesmo riso.
Viver é sentir, é sofrer e se iludir
com a felicidade.
Assim como me sinto fora dos trilhos,
também sinto
as mágoas cessarem no novo chão que piso,
chão repleto de saudade.