Carpe vitam
Se o inesperado nos aguarda
Com coringas na manga
Pronto para nos oferecer
Uma concedida guinada,
Vemos o quanto nossos planos
Tão cheios de certeza, podem ruir
Como construções que aparentemente
Eram concretas.
Queixar-se não adianta,
para conseguir aproveitar
O momento torto que
Nos despenca na cabeça,
Há de se desprender
De todas as verdades
Que por nós haviam sido
Pré-estabelecidas.
De que vale pôr-se contra
O inusitado improvável?
Nada mudará o fato
De sermos sujeitos pacientes
Da brincadeira infâme
Que a vida nos faz participar.
Cegos, aprendendo as regras
Conforme o tempo presente
Vai tornando-se passado.
Não há regras para nossa vertigem...