Como eu era

Faz tanto tempo que não escrevo

que perdi o jeito de aprender como era

Como eu era antes de delinear o meu escuro

o meu tumulto o meu calar e minha espera

Aplico em linhas uma parte que me falta desvendar

colocar para fora tudo de dentro que aperta

Desatando os nós seculares e hereditários

que me prendem no meio dessa cela deserta

Linhas cinzentas preenchidas de chorume

de odor pesado mas leve e sem pressa

Transparecendo a solução da solução

da infinita perdição e morte certa

Pequena Poeta
Enviado por Pequena Poeta em 24/02/2020
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