Como eu era
Faz tanto tempo que não escrevo
que perdi o jeito de aprender como era
Como eu era antes de delinear o meu escuro
o meu tumulto o meu calar e minha espera
Aplico em linhas uma parte que me falta desvendar
colocar para fora tudo de dentro que aperta
Desatando os nós seculares e hereditários
que me prendem no meio dessa cela deserta
Linhas cinzentas preenchidas de chorume
de odor pesado mas leve e sem pressa
Transparecendo a solução da solução
da infinita perdição e morte certa