ENTREATO
ENTREATO
Alvíssaras
Pássaros voam
Asas deslizam
Desvendam-se flores
Pétalas aromáticas
Perfumando a paz
Na solitude que embala
Quimeras sem fim
O dia corre morno
Sem pressa no silêncio
Nada de ruídos
Apenas som de blues
Em céu cinza lindo
Há quem não goste
Desse clima intimista
Mas disso vive o verso
Desapressado, desestressado
Segundos, minutos, horas
De prazer sem “ora”
Compromisso único
De estar consigo mesmo
Em impressões carnavais
Sem plateia, entreato
De persiana fechada
Sem arroubo, sem medo
De roubo de mim
Envolvido em plástico bolha
Saco a rolha e o vinho
Escorre tinto e o brinde
Ocorre místico
Sem sacrifício
Duradouro enquanto dura
Em apenas um tim!