ENTREATO

ENTREATO

Alvíssaras

Pássaros voam

Asas deslizam

Desvendam-se flores

Pétalas aromáticas

Perfumando a paz

Na solitude que embala

Quimeras sem fim

O dia corre morno

Sem pressa no silêncio

Nada de ruídos

Apenas som de blues

Em céu cinza lindo

Há quem não goste

Desse clima intimista

Mas disso vive o verso

Desapressado, desestressado

Segundos, minutos, horas

De prazer sem “ora”

Compromisso único

De estar consigo mesmo

Em impressões carnavais

Sem plateia, entreato

De persiana fechada

Sem arroubo, sem medo

De roubo de mim

Envolvido em plástico bolha

Saco a rolha e o vinho

Escorre tinto e o brinde

Ocorre místico

Sem sacrifício

Duradouro enquanto dura

Em apenas um tim!

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 24/02/2020
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