REFRIGÉRIO
És refrigério ao coração ardente
No soluço triste da agonia da tarde
Queimando na paixão que sente
Num sentimento covarde.
Fico a sorver teu aroma
Enlouquecida e inebriada,
Juntando os cacos em soma
Vendo não sobrar nada.
Sei que erro em desdita
Ao te querer para mim
E meu coração palpita
Quando me olhas assim.
Como queria, em teu braço,
Entregar-me sem pejo
Mas isso sei que não faço
Pois não tens o mesmo desejo.
Assim, vou ficando sozinha
A cismar com teus encantos
Com a tempestade que se avizinha
E me perder em desencantos