CONFRONTO
Às vezes há um hiato entre mim e a poesia
Minha inspiração parece adormecida
Numa escuridão destemida em pleno relumbrar do dia,
Luto pra escrever usando crase, hífen e até mesmo trema
A folha em branco, destes instantes, me afronta
Impondo-me um lucilar silente e inefável poema
Diérese não mais existe, por que resistir ao belo indizível?
Sou vencido e convencido sem confronto
Sinto-me fraco e desprezível
Desembarcarei no próximo ponto
Na minha próxima reide, poética ou real,
Talvez eu possa ser menos subjetivo e mais intuitivo
Fluindo versos que falem do bem ou do mal
Afinal, escrevo por qualquer motivo.