AMOR REBELDE

Estou no quarto perdido e vago

o peito aberto de mentiras - sucata

e a mão abanando amores lotéricos,

estou no quarto marcado p'ra morrer

anjo sedento de sangue

plantando arruaças nos velórios

esquecido da origem e do pão

Estou no quarto e não tenho sentidos

o sexo amortalhado entre o fogo

e a enciclopédia,

estou na escada na mão a lanterna

lesma no cio decifrando o luar,

o palhaço entrega ao mendigo

a sopa parabólica da espiritualidade

- de agora em diante o amor rebelde

domina a fé, abaixo a fantasia!

ousaremos no sexo a vidência

-no lixo o conveniente!

na rua derrubada a ordem demente