gostos da vida

A noite cospe sua dor,

Num cruzeiro de assombro/

Nem por isso, desprovido de prazeres.

Doces aromas ascende ao pé nos sentimentos, jovens

alaridos sinfônicos, cigarras enlouquecidas,

árvores frutíferas que vingam-se como

a redondeza da terra, os amores

deixados são espinhos, mas

também poços de sabedoria,

queria saber cantar pra espantar

os males desse viver, bater asas

por graça, e voar sobre os caminhos

tortuosos, meu labirinto vivo e pulsante,

a realidade retorna, pesada e obscura, abro

uma cerveja, gelada, talvez um coração quebrado

e a bebo em longas goladas polares, o doce e

o amargo me descendo na língua, o amargo

e o doce, por um momento me lembrou a vida