COR
A cor era o que era
E assim sem espera
A cor estava insegura
Inconstante e impura
Na insatisfação
A cor perdeu a razão.
Pintou de verde o céu
De amarelo um papel
Riscou de preto um anzol
E de azul fez um sol.
Sem tempo ou lamento
A cor era sofrimento.
Ouvia o que lhe falavam
E assim luzes pintavam
Perdeu seu tempo e noção
Criou tremenda confusão.
A cor sem culpa e sem cor
Não entendia seu valor.
Colheu um raio de lua
Perfeita por sobre a rua
Ligou seu longo traço
No meio de um espaço.
Encontrou a cor mais nobre
A cor perfeita que te cobre.