estudo para mamãe e uma ida ao mar (i)

i

já não dançam mais e o domingo de ressaca se sobressai numa quase morte - também muito lenta.

que falta sinto de mamãe quando a infância cabia toda no seu feijãozim de corda.

ii

quando você crescer se apagarão - como as memórias longínquas,

os dias tão bonitos de ciranda com sua velha na cozinha.

iii

costumávamos brincar no fim das horas. de tudo o cansaço das louças e nossos pés sujos misturados aos sargaços entre soluços tão, tão distante do mar.

não querer ir embora nunca era nossa única sina.

do desejo crespusculário de ficar.

iv. finados

se na rua eu te visse e meus olhos não jorrassem todas as águas desse mar,

saberia de meu coração tão frio

porque aprendi a não mais te esperar.