Melancolia LXII
Nesta estrada permito o vento de
me carregar.
Aqui, posso gritar sem ser ouvido.
As luzes distantes vivem em lençóis
sem me entender o porquê carrego
teu nome em mim.
Eu já cantei, por todo o percurso
cheirando cada pétala de amor.
A pulseira que carrego em meu punho
trás lembranças do que sou.
Todas os sonhos se tornaram laços de chaves.
Uma única estrela brilha no céu,
a umidade conecta o vento e tira
toda a distância.
Comigo, há varios trechos de você
em falas que esqueceu,
em amor,
e ódio em dizer que me amou.
As diferentes cores das flores
nos diferentes dias murcham,
se acinzentam quando digo que me causa saudade.
No escuro que caminho a ave
por outrora me olha com luz.
Ela me diz no silêncio
que o coração ainda bate.