Melancolia LXI
Nas tardes ensolaradas relembro
Atento, observo as trivialidades
se tornarem saudades.
Cá, consigo ver o céu em seu degradê.
A paisagem se torna cinzenta em meu peito.
O vidro reflete o calor que me invade os olhos
Penetra meu coração de tons loiros
desmanchando toda melancolia que chorei.
Minha língua se movimenta ferozmente
em minha boca
Ranjo os dentes e quase grito para não
exclamar teu nome.
Eu volto em passos largos
Deixo escorrer as lágrimas dos olhos.
A cabeça baixa, ainda revela meu pranto.
Sonho que meu pesadelo seja
a falsa amorisse que vivo,
a real lamentação que sobrevivi que,
sem ter você,
foi ainda mais intenso
a dor que me afundou.
Não posso te culpar por isto
Mas sim, lhe culpo por me fazer te amar.