Delírio
Deixei de ser o maior cara do mundo.
Hoje bebo menos que ontem, mas ainda sonho.
Este céu da madrugada sem estrelas me chateia
E
Depois que durmo anoitece novamente e sem estrelas sem estrelas
Vago entre a escuridão e a luz...
Ouço uma voz que me chama.
Nem me importo que seja musical
Nem me importo mais com a poesia
E Adélia é só uma mulher de verdade...
Ah!
Deliro na noite
Deliro
Deliro
Minha cabeça organiza uma festa folk
Sai por aí e distribui convites para os loucos fedorentos da avenida 23.
Um príncipe africano bate um tambor maluco sobre a calçada
E vejo montanhas aplainadas pela mão misteriosa da lua.
Tudo isso ainda é sonho, eu sei.
Senão
COMO EXPLICAR QUE ESTOU VIVO DENTRO DE MIM?
Agora que descubro a fúria do sol sobre a superfície da Terra
E que de todos os seres humanos eu seja o único a passar pela Beleza da rosa
E não derreter,
Levanto- me.