DÚVIDA
amo a vida ou a praça
o homem ou a caça
o vinho ou a taça
o sol retine ou oprime
ave vida cheia de graça
não seja feita a vossa vontade
perdoai as nossas perguntas
tudo passa e se dilui no vôo da garça
na vela de uma jangada
no beijo da brisa
na superfície da onda
a natureza acorda memórias no balé dos pensamentos
paredes
cimento
matemática do sem-hora sem-tempo
amo a vida ou a garça
a brisa sobre as ondas ou a jangada
azuis do devir geologia do não-ser
o homem navega nas entrelinhas
limites do não-ser e do não-tempo
16 de janeiro de 2006