Melancolia LIX
Escrevo em grafite por medo de errar teu nome.
Guardo-a, em caixa azul,
todo meu amor.
Se soubesse a mentira que acreditei,
envergonharia-me de dizer ao mundo.
E tudo,
ao lado do lago
Banho a esperança com castanhos.
Velo meu coração para acomodar-me melhor.
Apago por diversas vezes
os desenhos que faço escondido de teu rosto.
Talvez mais madura,
ou mais jovem
Mas sempre bela.
Consigo ainda ouvir tua gargalhada
Ela é largada
Um tanto larga
E muito de um lar.
Por vezes me senti sem ar,
tua falta ainda me faz sangrar.
Dói o peito
Soluço pedindo que o desespero
me dê trégua.
Eu me deito,
sento,
levanto
As vezes até fico com os pés para o alto
E choro, revivendo o riso.
Faço promessas,
aquelas que não contamos e esquecemos
quando vamos dormir.