Poema enjoado
Preciso de vinho
tinto e gelado,
para amaciar a lembrança dos teus olhos verdes.
Eu os encarei e foi como se pôr diante de uma furiosa tempestade.
Mas quanta cafonice barata em meia dúzia de versos, não é mesmo?
Logo eu, o barbudo da cara feia, o grosso, o que anda pelas ruas só, coberto de dor e indiferença (e tome mais cafonice).
Meu coração, esse senhor vagabundo, inerte e
lapidado por lascas de pedras, chuvas e ventos
tremeu, correu, quase explodiu,
e tive que virar o rosto, pegar um ar, crer que estava tudo tranquilo.
Mas, quando é que tudo está tranquilo, não é mesmo?