Amor de chuva
O vento enamorou a nuvem
mas correu pela terra,
de ciúmes a nuvem chorou.
O mundo todo se anuviou
Raios e trovoadas.
O vento fumou o cigarro
deitou relva e mata,
mata burro e tamburete,
vôou a farinha do jarro
correu por dentro da casa
levantou a saia da rede,
A chuva se apresentou
echeu pia e caldeirão
molhando a toda calmaria,
com toda a agua que quedou
transbordou o ribeirão
pintou de cinza o dia,
A nuvem morreu de tristeza
sumiu para não mais voltar.
O vento, arrependido
parou sobre a terra,
parou de ventar.
Mas nenhum amor é vão!
nenhum amor é falho!
e este não foi excessão
deixou filhos a relação,
Garoa e orvalho.